O apresentador Clóvis Monteiro, do SBT Rio, fez um comentário bem infeliz sobre o caso da médica Gisele Mendes de Souza e Mello, que foi baleada na cabeça no Hospital Naval Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
No dia 10 de dezembro de 2024, Gisele foi atingida por uma bala perdida durante uma operação da Polícia Militar na região. O disparo aconteceu no meio da ação policial, e, infelizmente, a médica não resistiu.
Durante seu programa, Clóvis soltou esta frase:
"Quando morre o filho da dona Maria, do seu Zé, do botequim, da padaria, da comunidade, é uma coisa… mas dessa vez foi uma mulher que estudou."
Sério, é difícil ouvir isso sem se indignar. Parece que ele está dizendo que o valor de uma vida depende do nível de estudo ou da posição social. E aí a gente se pergunta: quantas vezes já vimos discursos que, mesmo de forma velada, passam essa mesma mensagem? Que a vida de uma pessoa pobre vale menos?
Tragédia é tragédia. Não importa se é a dona Maria que perdeu o filho ou a família da Gisele que sofreu essa perda absurda. O problema é que esse tipo de fala não surge do nada. É um reflexo de como as vidas das pessoas mais humildes são tratadas como “menos importantes”. Quando alguém da periferia morre, parece que vira “só mais um número”. Isso não pode continuar assim.
Enquanto a gente não mudar essa forma de pensar, enquanto discursos assim forem normalizados, a igualdade vai continuar sendo um sonho distante. Toda vida importa, e é isso que precisa ser entendido de uma vez por todas.
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