Uso da babosa (aloe vera) como planta medicinal


Um folheto da Farmácia Viva do Cerpis datada de outubro de 2019, disponibilizado na internet, traz informações úteis para uso da babosa como planta medicinal. Confira o conteúdo a seguir:


A Babosa é uma planta medicinal de uso milenar por diversas culturas. Seu nome Aloe, significa substância amarga e brilhante, e vera significa verdadeira. Na literatura é encontrada com a sinonímia Aloe barbadensis. É uma das plantas de uso tradicional mais antiga que se conhece, originária da África do Sul. O primeiro registro do uso da babosa data do século 4 a.C. pelos gregos. O papiro de Ebers, do antigo Egito, descreve fórmulas de elixires de longa vida contendo suco de babosa. 


Conhecida no Egito antigo como a “planta da imortalidade”, teria sido usada por Cleópatra nos cuidados da pele e do cabelo. Utilizada pelos judeus para retardar a putrefação associado a extratos de mirra, para encobrir o cheiro da morte, como ocorreu com Jesus Cristo ao ser retirado da cruz. É muito comum no Brasil onde é cultivada para fins medicinais e cosméticos. 


A babosa é uma planta perene, herbácea e suculenta de até 1 m de altura. Suas folhas são verdes ou verdes acinzentadas, com manchas esbranquiçadas quando jovens, grossas, carnosas, côncava na parte superior e convexa na parte inferior, medem de 30 a 60 centímetros de comprimento por 7 a 8 cm de largura, e com espinhos pequenos nas extremidades. Estão dispostas em rosetas e presas a um caule muito curto, que quando cortadas deixam escoar um suco viscoso, amarelo e muito amargo. As flores são vistosas, apresentam tonalidade vermelho - amarelada, em formato de espigas, formadas de seis peças ao longo de um pedúnculo. O fruto é uma cápsula triangular fina, que guarda em seu interior as sementes.

FAMÍLIA: Xanthorrhoeaceae. 

NOMES POPULARES: Aloé, babosa grande, babosa medicinal, erva-de-azebre, caraguaté-de jardim, ervababosa, aloé-de-cabo. 

PARTE USADA: Folha (gel ou mucilagem). 

PRINCIPAIS COMPONENTES QUÍMICOS: O gel ou mucilagem da babosa é constituído principalmente de água e polissacarídios (pectinas, hemiceluloses, glucomanana, acemanana). Também possui aminoácidos, lipídios, fitoesteróis, taninos e enzimas, vitaminas e sais minerais. A resina derivada da parte externa das folhas contém antraquinonas (aloéemodina), antronas e seus glicosídeos. 

USOS POPULARES E TRADICIONAIS 

A babosa é utilizada na medicina popular no tratamento caseiro de cicatrização de feridas, queimaduras, hemorroidas, contusões, dores reumáticas, laxante, câncer e tratos dos cabelos.

PESQUISAS com a BABOSA 


Diversas são as pesquisas sobre as ações farmacológicas do gel de babosa. As pesquisas têm revelado eficácia no tratamento da placa dentária, psoríase, herpes genital, diabetes e queimaduras. Atividades antioneoplásicas, antimicrobiana, antiinflamatória e imunomuduladora. Fica evidente o enorme potencial dessa espécie, entretanto são necessários estudos controlados para que seja estabelecida uma dose e forma segura para o seu uso. 

INDICAÇÕES E USOS 

De acordo com o Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileia (2011), o uso externo do gel fresco possui as seguintes indicações: 

  • Cicatrizante nos casos de ferimentos superficiais na pele. 
  • Tratamento de queimaduras provocadas por exposição solar e as térmicas. 
  • Emoliente em psoríase, furúnculo e alergias de pele. 

EFEITOS ADVERSOS 

O uso externo é bem tolerado. Há relatos na literatura de dermatite de contato e sensação de queimação provocadas pelo uso tópico do gel, que podem estar associados à presença de resíduos de antraquinonas no gel utilizado. 

CONTRAINDICAÇÕES 

É contraindicado para pessoas com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da família Xanthorrhoeaceae. 

PRECAUÇÕES 

A antraquinona presente na resina da babosa, em exposição às células pode causar mutação, ser potencialmente tóxico, assim não possuem efeitos somente imediatos e facilmente correlacionados com sua ingestão, mas também efeitos que se instalam em longo prazo e muitas vezes não produz os sintomas característicos, podendo levar a um quadro clínico severo, algumas vezes fatal. O uso interno diário de preparações que contenham antraquinonas, por períodos prolongados, pode provocar dores abdominais, cólicas, diarreias sanguinolentas, hemorragia gástrica e nefrite. Pode provocar baixa concentração de potássio no sangue, diminuir a sensibilidade do intestino, e provocar hemorroidas. Na gestação pode provocar contrações uterinas, e na amamentação causar cólica e diarreia na criança. Em crianças pode causar grave crise de nefrite aguda, provocando intensa retenção de água no corpo.

BABOSA NO BRASIL 

Em 2010 o gel incolor mucilaginoso obtido das folhas frescas de babosa, constituído de, no mínimo, 0,3% de carboidratos totais foi reconhecida pela Farmacopeia Brasileira 5ª edição como droga vegetal. O uso popular do suco da folha inteira da babosa para o tratamento de câncer, e do consumo de bebidas industrializadas, criou polêmica diante da falta de estudos que garantissem eficácia e segurança do uso oral desses produtos acarretando em 2011, a suspensão pela Anvisa, da comercialização no Brasil. Em 2011, o uso tópico foi incluído no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição. 

REPARAÇÃO CASEIRA - PINCEL DE BABOSA 

A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso do gel fresco da babosa pelo fato de manter os componentes ativos da planta. 

  1. Cortar uma folha saudável da planta, de tamanho médio; 
  2. Lavar a folha e deixar escorrer o látex amarelado por aproximadamente 30 minutos; 
  3. Cortar as laterais da folha, aproximadamente 5 cm; 
  4. Fazer um corte fino na parte superior da folha; 
  5. Aplicar no local da lesão suavemente. 
  6. Após o uso, faça um corte da parte aplicada e descarte; 
  7. Acondicionar o restante da folha em recipiente plástico com tampa e manter na geladeira, podendo ser utilizada por no máximo 48 horas, após a colheita. 

MODO DE USAR 

Uso externo. Aplicar o gel fresco no local da lesão até 3 vezes ao dia. 

ATENÇÃO. As informações aqui contidas terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.

Fonte: https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/1118391/FOLHETO-BABOSA.pdf/60ba0eb5-eb74-c766-376a-7ffdfced98e0?t=1652136751165

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